SÃO PAULO - A crise financeira mundial do ano passado expôs a fragilidade dos bancos ao redor do mundo e quão globalizadas são as perdas. Com muito esforço, e recursos, diretores dos bancos centrais das principais economias articularam medidas conjuntas para restabelecer a ordem do sistema e evitar falências generalizadas.


Aos poucos neste ano a confiança do investidor na eficiência do sistema foi restaurada e a liquidez retomada. Contudo, na última quinta-feira (26), os mercados foram pegos de surpresa com a possibilidade de calote por parte do fundo de investimento Dubai World.

O montante devido, de US$ 59 bilhões, fez ressurgir os temores sobre a regulação do sistema financeiro e mexeu com os brios dos bancos europeus, que registraram expressivas baixas na sessão passada e encenam ligeira recuperação nesta manhã.

Exposição de US$ 84 bilhões

Segundo cálculos do economista chefe do RBS (Royal Bank of Scotland), Jaques Callioux, os bancos europeus detêm um total de US$ 83,7 bilhões de empréstimos ligados às empresas dos Emirados Árabes Unidos.

De acordo com o economista, os bancos do Reino Unido são os mais expostos, com US$ 49,5 bilhões, seguidos por França e Alemanha, com US$ 11,3 bilhões e US$ 10,2 bilhões, respectivamente.

Indo mais a fundo, o Wall Street Journal lista os bancos e o JPMorgan as quantias envolvidas: RBS (US$ 2,2 bilhões), Barclays (US$ 3,6 bilhões), Citigroup (US$ 1,9 bilhão), HSBC (US$ 17 bilhões), Standard Chartered (US$ 7,8 bilhões), BNP Paribas (US$ 1,8 bilhão), ING e Lloyds.

Além da parcela majoritária de bancos europeus, o periódico norte-americano lista outras instituições financeiras envolvidas, como Emirates Bank e Mashreq Bank, e os japoneses Bank Mitsubishi e Sumitomo Mitsui.

Apesar da cifra relevante, os analistas do JPMorgan e outros bancos atenuam os riscos, "com os impactos limitados nos balanços". Rumores de mercado apontam que os maiores prejudicados do caso serão os bancos árabes Abu Dhabi Commercial Bank e Emirate NBD.

Ações recuam pelo mundo

Na bolsa de Hong Kong, as ações do HSBC recuaram mais de 6%, assim como os papéis do Standard Chartered. Em Sydney, destaque de baixa para Australia New Zealand Banking (-3,1%) e Commonwealth Bank of Australia (-3,40%).

Após recuar forte na quinta-feira, os papéis do RBS e do Barclays operam em leve alta nesta manhã. Em compensação, as ações do Lloyds recuam mais de 36%.
Fonte: MSN Seu Dinheiro - InfoMoney

These icons link to social bookmarking sites where readers can share and discover new web pages.
  • Digg
  • Sphinn
  • del.icio.us
  • Facebook
  • Mixx
  • Google
  • Furl
  • Reddit
  • Spurl
  • StumbleUpon
  • Technorati