Conforme consultorias internacionais, em 30 anos o Brasil se tornará a quarta maior economia do mundo.

Exportará mais, o mercado interno será mais forte e, certamente, bem maior.
A renda per capita deverá atingir patamares nunca vistos antes, algo em torno de 5 vezes o atual. Será também um país mais globalizado.

Mas, a concretização de tudo isso depende fortemente das novas gerações.
Quanto mais bem formadas elas forem, mais próximos estaremos da realização dessas previsões.

A educação atua como uma ferramenta poderosa na mudança da realidade social e econômica das pessoas e seus reflexos podem impactar na qualidade de vida dos trabalhadores e conseqüentemente aumentar a eficiência no trabalho.
Outro dado importante é a preocupação das empresas mais bem organizadas em saber quem serão os seus dirigentes daqui a 10, 15 e até 20 anos. Elas, com freqüência contratam jovens recém-formados em cursos de graduação, são aqueles funcionários conhecidos como "Trainee".

O nome trainee, que é um estrangeirismo, vem do inglês "training", ou treinamento. "Trainee", portanto, é o indivíduo incentivado através de treinamento e cursos voltados à gestão de sua carreira. Dessa forma, são preparados para ocupar cargos de liderança e gerenciamento de equipes.
É dentro deste cenário que se nota o descaso de nossos governantes para com a educação dos jovens que um dia serão os responsáveis em dar sustentação a este crescimento que se anuncia.

Com foco nas empresas que se preocupam em saber quem irá dirigi-las no futuro, perguntamos: - Será que nossos governantes estão preocupados em saber quem serão os futuros professores da rede pública?

Não é segredo para ninguém que a carreira de professor de educação básica, principalmente a da Rede Pública do Estado de São Paulo, não consegue atrair mais os jovens. Ninguém mais quer ser professor! São necessárias políticas públicas capazes de mudar esse cenário. Precisamos de pesados investimentos na carreira, formação e salário do professor.

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad 2009), o salário médio de um professor no Brasil é 40% menor que a remuneração, também média, de profissionais não docentes com o mesmo nível de escolaridade. Enquanto um professor, da Rede Pública Estadual, recebe R$ 1.894,12 por uma jornada de 40 horas semanais, as demais ocupações recebem uma remuneração em torno de R$ 3.306,00, para a mesma jornada semanal.

Pesquisas do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), demonstram que a arrecadação no Estado de São Paulo está em alta há alguns anos, e que o governo tem uma ampla margem para realizar aumentos salariais para toda categoria dos professores. Em decorrência da desvalorização da carreira de professor, os cursos de Licenciatura estão largados às moscas.
Os poucos alunos que conseguem atrair, são geralmente egressos dos cursos de EJA (Educação de Jovens e Adultos), que possuem duração menor do que a do ensino regular, e cujos formandos apresentam uma formação menos consistente.

Assim mesmo, esses alunos somente optam pela licenciatura por causa do baixo valor do curso, um dos mais baratos entre os oferecidos. A Universidade de Taubaté (Unitau), cancelou seu curso de licenciatura em Geografia para 2012, pois conforme informou seu reitor, José Rui Camargo, ao jornal O Vale, de 20 de dezembro, para que uma turma seja aberta é necessário o número mínimo de 30 matriculados e nesse caso o próprio número de vestibulandos foi inferior a 30.
O curso da Unitau é reconhecido pelo MEC há nove anos, e estava entre os 10 melhores cursos de Geografia do país.

Num futuro não tão distante, quem serão os professores dos filhos dos trabalhadores e trabalhadoras de nosso país? Quem serão os professores de nossas crianças daqui a 15 ou 20 anos? Hoje, já existe falta desses profissionais.

Enquanto nossos governantes vivem fazendo de nossas escolas públicas, verdadeiras cobaias de suas experiências educacionais, implantando sistemas já falidos em seus países de origem, o tempo está passando, e os nossos alunos esperando a solução que não chega.

Fonte: Jornal da Cidade (Pindamonhagaba) - Pindamonhangaba/SP

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